Faleceu ontem o gênio e fundador da Apple, Steve Jobs, diagnosticado, em 2004, com um tumor do tipo neuroendócrino de pâncreas, uma forma rara de câncer no órgão, após anos de luta contra a doença descansou aos 56 anos, mas deixou um grande legado.
No site da Apple, uma nota faz uma homenagem a Jobs: “A Apple perdeu um gênio visionário e criativo, e o mundo perdeu um ser humano incrível. Aqueles que tiveram o prazer de conhecer e trabalhar com Steve perderam um amigo querido e um mentor inspirador. Steve deixa para trás uma companhia que somente ele pôde erguer e seu espírito será para sempre a essência da Apple”.
Nenhum número é mais expressivo para mostrar a importância de Steve Jobs para a Apple, do que o valor da empresa. Em 1996, quando Jobs retornou à companhia, após dez anos afastado por brigas, ela valia pouco mais de 3 bilhões de dólares e se afundava em prejuízos. No final de agosto deste ano, a cifra chegava a quase 340 bilhões de dolares – 113 vezes mais – e a Apple figurava no panteão das empresas mais admiradas do mundo.
Além disso, Jobs foi importante não só para Apple, Jobs foi fundamental para o mundo da telefonia móvel quando em 2007, com o lançamento do iPhone mudou todo um paradigma do mercado de telefonia, onde fabricantes acreditavam que os SmartPhones eram feitos para usuários “experts”, ele mostrou que o caminho era fazer algo simples para usuários comuns! Nada mais foi como antes em nosso mercado, e nós técnicos sabemos bem disso e mais, devemos saber aproveitar essa revolução do mercado convergindo cada vez mais para os SmartPhones e Tablets outra criação do Sr. Steve Jobs.
Para se ter uma idéia, em menos de quatro anos, a Apple saiu do zero no mercado de telefonia e mudou o mercado dos smartphones (aparelhos que se parecem mais com um computador de mão) e porque não dizer dos celulares. Hoje a Apple é a segunda em vendas de SmartPhones, perdendo apenas para os produtos com tecnologia Android, o sistema operacional do Google (25,5% contra 34,7%, de acordo com a empresa comScore). Até o ano passado, a Apple reinava absoluta nesse mercado.
Fica mais fácil entender a força do iPhone quando se lembra que a empresa de Steve Jobs tem apenas um smartphone, que luta no mercado contra os demais fabricantes. E não é só isso: o Android, como sistema operacional, só existe porque o iOS chegou primeiro. É mais ou menos o que aconteceu com o Windows e o Mac OS na década de 1990. Mas a batalha ainda não está perdida para a Apple.
Jobs foi fundamental para a criação do iPhone, responsável pelo projeto, depois do enorme fracasso do ROKR E1, desenvolvido em parceria com a Motorola. Com o apoio da operadora norte-americana Cingular (hoje AT&T), Jobs passou a desenvolver um aparelho que fosse do jeito que ele queria. A idéia era usar uma tela sensível ao toque, que acabou sendo atualizada para uma com multitoque (que aceita vários comandos ao mesmo tempo), sendo possível usar gestos como o de pinça para dar zoom em uma imagem. No dia da apresentação do primeiro modelo, 9 de janeiro de 2007, o público foi pego de surpresa, pois ninguém imaginava que o iPhone seria assim: muito mais do que um simples celular.
Em pouco mais de dois anos, todos os fabricantes de smartphones tentaram criar o “iPhone Killer”, um rival à altura. Ninguém conseguiu até o momento. Segundo uma pesquisa da ChanceWave feita recentemente, o iPhone é o sonho de consumo de 46% das pessoas interessadas em tecnologia nos EUA. Entre os consumidores que já compraram um, 70% estão muito satisfeitos.
Ao lançar o iPhone 4, Steve Jobs conseguiu outro feito memorável. Logo no primeiro mês, o aparelho mostrou falhas na recepção do sinal. Muita gente reclamou e o episódio ganhou o nome de Antennagate, uma vez que o problema era atribuído à antena. A Apple veio a público. Jobs, com maestria, conseguiu provar que o problema existia em outros aparelhos, ou seja, não era exclusivo do iPhone. Para não irritar mais o público, ofereceu capinhas que atenuavam o problema no seu smartphone. Em poucos dias, o Antennagate morreu, como se nunca tivesse existido. E as vendas do iPhone 4 foram muito bem, obrigado. Neste trimestre, foram vendidos 20,34 milhões de unidades.
O mercado de aplicativos móveis foi praticamente inventado pela Apple. A App Store é um modelo de negócios como nenhum outro. Há casos de desenvolvedores independentes que ficaram milionários em poucos meses, como a Rovio, que criou o jogo Angry Birds. Praticamente na falência, a empresa se tornou um grande sucesso, com vendas superando os 200 milhões de downloads, a criação de uma franquia com a FOX e até uma série para TV e filme. Nada disso seria possível sem a App Store.
O iPhone e seus derivados (iPod touch e iPad) são atualmente a plataforma portátil para games mais popular do mundo, superando PSP, da Sony, e Nintendo DS. Nada mal para quem, há quatro anos, não era nada no mercado de telefonia móvel.
Só o futuro poderá dizer se o atual e os novos dirigentes da empresa manterão o vigor de Jobs. É improvável que outro profissional reúna os mesmos talentos dele. Mas é imprescindível que seus líderes nutram pela companhia – e por tudo o que ela representa – o mesmo sentimento alimentado por seu criador: “Foi como a primeira paixão”, disse Jobs certa vez sobre a Apple.