Segundo operadoras, Tecnologia 4G será para a alta renda

As teles preveem que os consumidores de alta renda migrem para o 4G e, ao mesmo tempo, deverão reduzir o preço dos pacotes 3G.

Essa seria uma forma de atrair mais clientes que usem serviços de voz e dados (internet) e, assim, melhorar a rentabilidade para fazer frente aos investimentos no 4G.

Isso porque, pelo menos nos três primeiros anos, o 4G ficará restrito aos consumidores de alta renda, devido ao elevado preço dos aparelhos e dos pacotes de dados.

Para o presidente da Claro, Carlos Zenteno, smartphones e tablets serão o foco para as classes mais altas, enquanto os modems devem ter preço equiparáveis aos atuais e serão mais acessíveis.

O presidente da Oi, Francisco Valim, diz acreditar que o preço do aparelho celular deve se equiparar ao de outros países. Segundo ele, um smartphone de R$ 1.000, no 3G, custaria R$ 3.000 no 4G.

Para os pacotes de dados, as operadoras não fecharam seu modelo de negócio, mas estima-se que os preços fiquem, em média, 40% maiores que os do 3G.

Velocidades superiores custarão ainda mais, seguindo o modelo europeu. Na Alemanha, um plano de 50 Mbps da Vodafone sai por R$ 177 com a oferta de um único modelo de aparelho.

Em todos os países com o serviço 4G, há limite para o tráfego de dados. Quem estoura a franquia contratada paga à parte. No Brasil, o modelo deverá ser semelhante e, à medida que a cobertura for aumentando, as operadoras tendem a pôr fim a essa restrição de tráfego.

ONDE FUNCIONARÁ

A oferta de aparelhos é outra barreira ao 4G, algo que também ocorreu quando o 3G foi lançado no país, em 2008.

Os fabricantes globais de smartphones, tablets e modems ainda não produzem com escala comercial aparelhos que operam na frequência de 2,5 GHz, adotada pelo Brasil e por alguns países europeus para o 4G.

Os aparelhos 4G da Apple, como o novo iPad, não funcionarão em 4G no Brasil. Isso porque foram desenvolvidos para operar em 700 MHz, frequência adotada pelos EUA para a quarta geração. Será preciso fazer uma versão para a frequência brasileira.

Aparelhos que funcionam em 2,5 GHz também não funcionarão em 4G nos EUA. Os fabricantes esperam levar ao menos dois anos para produzir os mesmos modelos com antenas específicas para as diversas faixas de frequência.

Quem aderir ao 4G não precisará se preocupar com a cobertura porque o aparelho, obrigatoriamente, também funcionará em 3G e 2G. Assim, será possível usar a web e fazer chamadas mesmo em locais sem rede 4G.

A transição de uma rede para a outra será feita automaticamente, sem que o consumidor perceba.

Fonte: folha.com

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